Em meio às restrições impostas pela pandemia do coronavírus (Covid-19), a oferta de alimentos tem se mantido estável em cerca de 50% dos principais mercados atacadistas da América Latina e Caribe. A constatação é de uma pesquisa junto a 64 entrepostos de 15 países da região, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e Federação Latino-Americana de Mercados de Abastecimento (Flama). O levantamento revela também os reflexos da pandemia sobre preços, demandas e operações de mercado, dentre outros itens.
Segundo a pesquisa, quando se considera alguns subgrupos de hortaliças, leguminosas, carnes e pescados, a estabilidade na oferta é ainda maior, alcançando mais da metade dos mercados atacadistas analisados.
O relatório ressalta que as reduções da oferta de alguns produtos, ainda que moderadas, não estão ligadas à pandemia.
É o caso do tomate e de algumas folhosas, cujos volumes ofertados menores se deram por questões sazonais.
Já as secas afetaram a produção de vegetais crucíferos, com destaque para couve-flor e brócolis. A estiagem também prejudicou o abastecimento de batatas em países que ainda dependem de suprimentos externos para sua produção.
Foi observada ainda uma forte tendência a quedas moderadas na quantidade de alguns tubérculos e raízes.
Preços
Os preços nos entrepostos analisados também apresentaram estabilidade, embora com tendência de alta moderada. O único produto que apresentou um aumento mais acentuado foi o feijão, em razão da pressão da demanda. O fato de o feijão ser um produto com maior durabilidade explicaria a procura maior por estocá-lo, segundo aponta a pesquisa.
Demanda
Já a demanda diminuiu significativamente, influenciada, entre outros fatores, pela diminuição das compras do setor de hotéis, restaurantes, cafés e outros estabelecimentos, durante a pandemia.
O segmento de carnes e pescados foi o que mais relatou quedas na demanda. Esse movimento está ligado ao fechamento das fronteiras, o que afetou especificamente países produtores de carne bovina, aqueles que utilizam as estruturas dos mercados para exportar.
Gargalos
A propósito, a redução das compras por estabelecimentos como hotéis e restaurantes foi apontada como o principal gargalo do comércio nesta pandemia, estando presente nas respostas de 92% dos mercados entrevistados.
Problemas quanto à volatilidade dos preços e incertezas quanto ao fim da pandemia também foram apontados, entre outros, como entraves nos entrepostos.
Soluções
Diante da nova realidade imposta pela pandemia, os mercados analisados foram levados a apostar em soluções alternativas. Entre elas está a adoção de sistemas de vendas por aplicativos ou plataformas digitais, presente nas respostas de 73% dos entrepostos.
Além disso, em metade dos mercados houve acordos com empresas de entrega para distribuição de alimentos a residências, empresas e distribuidores.
Outras ações foram tomadas no sentido de fortalecer as unidades de abastecimento como agentes de políticas públicas: em 33% delas, foram fechados acordos em programas de compras públicas.
O levantamento ainda informa que apenas 12% dos mercados atacadistas aplicaram restrições ao horário de funcionamento
Gestão de excedentes
A pesquisa também apontou como os entrepostos gerenciam os produtos excedentes, ou seja, aqueles que acabam não sendo comercializados.
A redução da demanda parece ter contribuído para a geração dos excedentes. Em 69% dos mercados pesquisados, esses alimentos são entregues diretamente a instituições de ajuda humanitária; em 56%, para bancos de alimentos; e em 42%, distribuídos diretamente à população.
Apenas 13% dos mercados participantes declararam descartar os alimentos, o que, segundo a pesquisadores, dá sinais claros de que os entrepostos estão comprometidos com a segurança alimentar de seu entorno.
Em síntese, na avaliação dos responsáveis pelo levantamento, os dados revelam a busca dos entrepostos em deixar claro o seu papel social durante a pandemia, ao garantirem o abastecimento alimentar e enfrentar as perdas.
A pesquisa na íntegra está disponível nas versões em espanhol e em inglês no site da FAO, clicando aqui, com atualização feita no último dia 22 de julho.
CeasaMinas
A CeasaMinas implantou uma série de medidas preventivas contra o coronavírus, o que tem permitido garantir a normalidade do abastecimento agroalimentar à população e proteger a saúde de funcionários, produtores rurais, lojistas, consumidores, movimentadores de mercadorias e demais trabalhadores.
Para conferir as variações de preços e ofertas nos seis entrepostos da CeasaMinas (Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Governador Valadares, Caratinga e Barbacena), acesse o link Informações de Mercado, disponível no site da empresa. Clique aqui para acessar.
Conheça todas as medidas contra a Covid-19 que foram regulamentadas para o entreposto de Contagem da CeasaMinas clicando aqui.
Mais informações: Decom CeasaMinas (31) 3399-2011/2012/2035/2036 Notícia de 12/08/2020.
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